Sergio Cruz Lima
China: do maoísmo ao capitalismo
Sergio Cruz Lima
Presidente da Bibliotheca Pública Pelotense
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Nascido em 1893, 50 anos após Mao Tsé-Tung se torna presidente do Partido Comunista chinês. Isso sustenta a sua imagem de "líder forte". Dois anos depois, uma guerra civil entre comunistas e nacionalistas, chefiados por Chiang Kai-shek, termina com a vitória de Mao. E a Revolução Cultural abraça um dos mais sombrios períodos da história da China. Desde que assume o poder, em 1949, Mao não consegue criar o país que idealizara nem consolidar o seu poder político. Para alavancar sua importância e despertar o ardor revolucionário, decide depurar qualquer oposição e transformar capitalistas e intelectuais em proletários. Implanta a Revolução Cultural, que ataca os "quatro velhos": velhas ideias, velhos costumes, velhos hábitos, velha cultura. Esquadrões de jovens comunistas, conhecidos como a Guarda Vermelha, aterrorizam intelectuais, burocratas e professores. Trinta e seis milhões de chineses são perseguidos e quase um milhão morrem no tumulto, que se alarga até 1976, data da morte do líder chinês.
Leninista, decepcionado com a política soviética de "coexistência pacífica", Mao Tsé-Tung implanta o maoísmo, uma forma mais dura do comunismo. Mas suas ideias radicais e seus experimentos com coletivização causam morte, dor e sofrimento a milhões de pessoas. Após a criação da República Popular da China, Mao prega reformas capazes de transformar a sociedade semifeudal e essencialmente agrícola do país em um Estado socialista industrializado. Para alcançar com velocidade o desenvolvimento econômico, inventa o Grande Salto Adiante. A produção industrial dispara com a fabricação do aço e carvão, a rede ferroviária duplica e 50% da terra chinesa está irrigada em 1961. Mas o desenvolvimento traz consigo um custo insuportável. Mao transforma a China rural em comunas agrícolas e, nelas, os camponeses compartilham terra, animais, implementos agrícolas e cultivos. As autoridades confiscam grandes volumes de grãos das comunas para alimentar os trabalhadores urbanos. Isso, acolitado de desastres naturais, faz com que a fome entre no radar. Cerca de 45 milhões de chineses morrem de inanição!
Morto em 1976, Mao é sucedido por Deng Xiaoping, que governa a China no período 1978-1997. O novo governante mostra-se disposto a valer-se das ideias capitalistas para focar no desenvolvimento da economia nacional. Mas, se implanta novas medidas, como convidar empresas estrangeiras para investir na indústria chinesa e apoiar o progresso tecnológico, Xiaoping nega-se a incrementar reformas democráticas. No início do novo milênio, o crescimento econômico chinês é espetacular e especialistas acham que, em 2026, a China terá um PIB maior do que o da Europa Ocidental. Hoje, o legado de Mao deixa uma grande sombra sobre a China modernizada. Com a palavra Xi Jinping.
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